Camponesa Perfumada (Norma)

 

º Uma imagem, um conto de MAIO º

Participando da iniciativa da amiga Norma Emiliano

Entre flores pelos campos, a camponesa passava seus dias, exalando Amor pelo prado, num êxtase de deslumbramento do seu ser terno, pleno de doçuras e cânticos de louvor.

Havia tido uma grande perda há uns anos e resolveu cultivar a terra, viver no interior, numa roça agradável, num povoado pequeno. 

Tinha lido uma vez que todo jardim nascia de um sonho de Amor.

Trocou as vestes da cidade pelas rústicas campais,  a juta era seu linho  da melhor qualidade.

Conversava com as flores, vibrava com o nascimento de cada novo botão na bem cuidada plantação.

Tinha um canteiro belo de amor perfeito, tratava tudo com muito carinho, era de encantar a quem passava pelo belo e calmo lugar.

Sabia que o Amor imenso que tinha  em seu coração se comparava à uma flor,   se não cuidasse, regasse e tratasse com carinho, certamente morreria.

Flores para ela eram a presença da esperança viva, assim como o Amor, aqueciam sua alma.

Um jardim bem cuidado exala paz e harmonia, assim também é o Amor.

Ela dava tudo de si na plantação, tinha a ciência de que precisava de bom ânimo,  estava disposta a dar certo, assim como no Amor que vivera até bem pouco antes de se tornar uma jardineira.

Considerava as formosas como superiores a ela, como se recebesse delas uma força gravitacional, bem como ocorre no Amor entre os seres humanos, gerando uma relação recíproca bem bonita e intensa.

Lucíola sabia da estreita relação da flor com o Amor.

Quando os visitantes do local conhecessem sua floricultura, iriam sentir na pele, ao doarem uma flor aos amados do seu coração, que poderiam ser como o sol no dia nublado de alguém.

Seu jardim fora a extensão do seu Amor dispensado agora a outros tantos seres odorizados e não somente a um.

E Lucíola viveu eternamente perfumada até seus últimos dias cá na Terra.

Aprendeu os dois momentos do Amor, o antes e o depois...

P.S. Hoje, perdemos uma linda e delicada florzinha do jardim virtual, vai com Deus, querida amiga Zizi!