Nossas vidas se fizeram afins!
Nossas vidas se fizeram afins!
Júlia enfrentou um casamento em sua tenra idade com muita valentia.
Ou era sua "madrasta" ou o marido sádico e abusivo (só descoberto depois... )
O que fazer ante a cruz e a espada?
Viver sem experimentar a felicidade era duro demais.
No início, tudo parecia ser um mar de rosas mas, com o passar do tempo, o álcool e a falta de respeito no casamento lhe tiraram todo alento.
Ela se esforçava em agradar, fazia tudo que ele queria para minimizar transtornos maiores.
Pensava que, com o passar dos anos, Antônio iria melhorar de temperamento e seria menos abusivo.
Ele não gostava de trabalhar... antes de conhecê-la, fazia algo sim, mas com o casamento com ela, passara a viver às suas costas, exigindo tudo do bom e do melhor, sem nada contribuir.
Muito cansada ficava com o trabalho dentro e fora do lar que a consumia.
Ele aguardava uma suposta herança que ela nunca viu a cor até o final forçado do seu casamento.
Ficou grávida e creu que tudo iria melhorar. Ledo engano.
Começaram os abusos de todo tipo.
Ela aguentava firme à espera de mudanças que nunca vieram.
Ao efeito do álcool, comecaram a violência e a dor na sua alma.
Não havia respeito pela sua pessoa, as agressões morais, emocionais precederam às físicas muito prontamente.
Teve um dos seus "resguardos quebrados" por uma grande violência física e a justiça teve que intervir, até que o marido saiu e a convenceu a largar tudo, sair de perto da sua família e irem viver longe.
Continuava a perdoar e a acreditar que haveria uma mudança.
Pobre coitada! Quantas humilhações vivera, até em público.
Não tinha mais amigas sequer. Era só para os filhos que tentava viver.
A violência se estendera aos filhos e ela era espancada na frente dos seus meninos. Só quando ele a nocauteava, partia agressivamente para os meninos também.
Ela estava acabada, acreditava na honradez de um homem e teve sua grande primeira desilusão.
Muito extenuada, foi suportando tudo até que ela se viu na iminência da fuga inevitável das garras de um ser cruel e sádico além de covarde, um grande mentiroso e cheio de falcatruas.
Enfim, se viu livre daquele monstro maldoso que tinha, por trás da união com a moça indefesa, sua então esposa, planos sórdidos que não foram, por sorte, contemplados.
No outro século, não havia a Lei Maria da Penha e, como outra familiar dela, o jeito era suportar com fé até uma oportunidade de livramento, como ocorreu.
Não foi fácil recomeçar sua vida e ouvir da própria família arrogâncias mil. Enfrentar juízes de plantão dispostos a condenar ao invés de compreender e que se arvoravam em repreensões... era desolador demais.
Só quem sabe o que passa uma mulher é a própria, muitas vezes.
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Hoje, passado mais de 15 anos da Lei Maria da Penha, como vocês acham que a mulher agiria?
O índice de feminicídio em meu Estado é altíssimo.
Um livro meu pela passagem do aniversário da Lei Maria da Penha
"Saudade é um riso triste, amargurado,
Ah! Saudade latejante!
Sempre cúmplice na alegria,
Empático na tristeza dilacerante.
Tu eras incondicional...
Numa esfera dimensional.
Ah! Saudade torturante!
Fazer como na solidão angustiante?
Tu sabias como eu sofreria,
Numa desolação de agonia.
Ah! Saudade mortal!
Agora, eu vivo um amor imortal.
💙💙
É a lágrima discreta, comovente,
Rolando pela face, lentamente
Acolhendo terrível realidade."