segunda-feira, 13 de maio de 2024

Amor Bandido?




Júlia enfrentou um casamento em sua tenra idade com muita valentia.

Ou era sua "madrasta" ou o marido sádico e abusivo (só descoberto depois... )

O que fazer ante a cruz e a espada?

Viver sem experimentar a felicidade era  duro demais. 

No início, tudo parecia ser um mar de rosas  mas, com o passar do tempo, o álcool e a falta de respeito no casamento lhe tiraram todo alento. 

Ela se esforçava em agradar, fazia tudo que ele queria para minimizar transtornos maiores.

Pensava que, com o passar dos anos, Antônio iria melhorar de temperamento e seria menos abusivo. 

Ele não gostava de trabalhar... antes de conhecê-la, fazia algo sim,  mas com o casamento com ela,  passara a viver às suas costas, exigindo tudo do bom e do melhor, sem nada contribuir. 

Muito cansada ficava com o trabalho dentro e fora do lar que a consumia.

Ele aguardava uma suposta herança que ela nunca viu a cor até o final forçado do seu casamento.

Ficou grávida e creu que tudo  iria melhorar.  Ledo engano.

Começaram os abusos de todo tipo. 

Ela aguentava firme à espera de mudanças que nunca vieram. 

Ao efeito do álcool,  comecaram a violência e a dor na sua alma.

Não havia respeito pela sua pessoa, as agressões morais,  emocionais precederam às físicas  muito prontamente. 

Teve um dos seus "resguardos quebrados" por uma grande violência física e a justiça teve que intervir,  até que o marido saiu e a convenceu a largar tudo, sair de perto da sua família e irem viver longe.

Continuava a perdoar e a acreditar que haveria uma mudança. 

Pobre coitada! Quantas humilhações vivera, até em público.

Não tinha mais amigas sequer. Era só para os filhos que tentava viver.

A violência se estendera aos filhos e ela era espancada na frente dos seus meninos. Só  quando ele a nocauteava, partia agressivamente para os meninos também.

Ela estava acabada, acreditava na honradez de um homem e teve sua grande primeira desilusão. 

Muito extenuada, foi suportando tudo até que ela se viu na iminência da fuga  inevitável das garras de um ser cruel e sádico além de covarde, um grande mentiroso e cheio de falcatruas. 

Enfim, se viu livre daquele monstro maldoso que tinha, por trás da união com a moça indefesa, sua então esposa,  planos sórdidos que não foram, por sorte, contemplados. 

No outro século,  não havia a Lei Maria da Penha e,  como outra familiar dela,  o jeito era suportar com fé até uma oportunidade de livramento,  como ocorreu. 

Não foi fácil recomeçar sua vida e ouvir da própria família arrogâncias mil. Enfrentar juízes de plantão dispostos a condenar ao invés de compreender e que se arvoravam em repreensões... era desolador demais.

Só quem sabe o que passa uma mulher é a própria,  muitas vezes.


****




Hoje, passado mais de 15 anos da Lei Maria da Penha, como vocês acham que a mulher agiria?

O índice de feminicídio em meu Estado é  altíssimo.



Um livro meu pela passagem do aniversário da Lei Maria da Penha  





12 comentários:

  1. Roselia, retratas aqui tão bem o que um amor bandido é capaz de fazer.Pobre mulheres( e muitos homens também ) que vivem essa tragédia em suas casas. E temos tantos casos a ver. Ainda bem a Lei Maria da Penha chegou, o que veio ajudar as mulheres. Mas, nos dias de hoje, nem sempore adianta. De dentro de onde estão detidos, conseguem um jeito de mandar acabar com a mulher de quem se julgam donos .... Um problema que depende muito de uma justiça bem aplicada! Esperemos um dia funcione tudo muito bem e que as mulheres possam seguras se sentir.

    Um lindo fds! beijos, chica

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  2. Es un hecho que se repite miles de veces. Ojala algún día cambien las cosas. Te mando un beso.

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  3. A violência contra as mulheres é imensa mesmo quando há leis que castigam quem maltrata. A sua história muito bem contada é infelizmente muito comum em todo o lado.
    Uma boa semana.
    Um beijo.

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  4. "Continuava a perdoar e a acreditar que haveria uma mudança."
    É exactamente o que acontece na maioria dos casos de violência doméstica, a mulher perdoa e silencia, perdoa e silencia, e um dia é morta.
    Nem todas as mulheres têm a coragem de Júlia, a protagonista da desta história.
    Beijo carinhoso. Uma linda semana.

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  5. Triste história, minha amiga; e o pior é que semelhante a muitas da vida real! :( Infelizmente, ainda existem pessoas desse jeito, capazes de humilhar e de se submeter; como se o amor e o entendimento não fossem a melhor forma de viver! Meu abraço, boa semana!

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  6. Existem muitos casos assim, o homem maltrata a mulher, essa lei Maria da Penha não funciona infelizmente, bjs.

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  7. Olá amiga Rosélia!
    Esta postagem retrata bem como as pessoas vivem com violência doméstica, infelizmente cada vez há mais.
    Beijinhos e boa semana

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  8. Boa tarde Amiga Rosélia,
    Uma história pungente de uma Mulher que tanto sofreu às mãos desse energúmeno.
    Infelizmente muitas mulheres ainda continuam a sofrer de violência doméstica e muitas calam por medo.
    Que Deus tenha compaixão.
    Tenha dias abençoados.
    Beijinhos de paz .
    Emília

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  9. Nós, mulheres, sofremos, como as fêmeas dos trogloditas em suas cavernas. Eu não ainda. Espero que nunca. Lá em casa é só paz e amor, graças a Deus.
    Beijos.

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  10. Uma história muito triste que nos contas Roselia. Infelizmente estas situações são frequentes. Só existe um caminho, a denúncia e a separação imediata. A mulher tem que ter a coragem de o fazer, porque o arrastar do tempo tudo piora!
    Um homem perde toda a sua dignidade quando maltrata assim uma mulher!

    Um abraço fraterno minha amiga!

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  11. Esse blog é uma delícia. Tudo certinho e bonito de ver. Beijos.

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  12. VEIO DA EMÍLIA:

    O amor não pode ser " bandido", mas, infelizmente , ele é tantas vezes muito pior que isso. O bandido nem sempre mata mas há quem não seja considerado bandido e mate a mãe dos seus filhos. A lei Maria da Penha foi uma grande conquista aí no Brasil e, se a mulher fizer queixa o agressor vai preso. Aqui também há muita violência doméstica, querida Amiga e algumas mulheres ainda têm medo de denunciar. 9 Amor tem de ser protecção, tem de ser o nosso balão de oxigénio, aquele balão que nos enche de alegria e que depois voa nos ares, espalhando-se por todo o lado. Lindo, como sempre, querida Rosélia! Adorei as músicas. Obrigada e fica bem, com saúde e muito amor à tua volta. Beijinhos
    Emilia 🎈 ♥️

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